As Juntas de Freguesia do Distrito de Setúbal manifestam a sua profunda preocupação face à situação alarmante que se vive no nosso distrito, com o encerramento prolongado dos serviços de urgência de obstetrícia em todos os hospitais da região. Esta situação, que se arrasta há largos dias, está a colocar em risco a saúde e o bem-estar das grávidas, que têm sido obrigadas a deslocar-se para unidades hospitalares em Lisboa, muitas vezes a quilómetros de distância das suas residências.
Esta situação é inédita na história recente do distrito de Setúbal, pois mesmo em momentos difíceis, o distrito nunca ficou completamente sem resposta nas urgências de obstetrícia. Em crises anteriores, sempre se acautelaram alternativas, com planos de emergência coordenados em conjunto com as unidades hospitalares. Existia uma coordenação eficaz, onde a Direção Executiva desempenhava um papel essencial para garantir que, mesmo nos momentos mais críticos, as grávidas recebessem o apoio necessário. Contudo, o cenário atual revela uma preocupante deterioração dessa coordenação, resultando numa situação inadmissível. Esta realidade é ainda mais inaceitável, dado o momento de extrema vulnerabilidade e incerteza que as grávidas e as suas famílias estão a enfrentar.
Houve tempos em que foi necessário o encerramento temporário de alguns serviços hospitalares. Hoje os encerramentos temporários passaram a prolongar-se por tempo indeterminado, em especialidades de extrema relevância, colocando em causa uma das maiores conquistas que abril no trouxe: o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Perante estes factos não basta a colocação de pensos rápidos, nem a aplicação de soluções pontuais, mas de medidas estruturais que, efetivamente, resultem na resolução de um problema que hoje apresenta tamanha dimensão!
As Freguesias do Distrito de Setúbal exigem que o Governo e as autoridades competentes adotem as medidas necessárias e eficazes para resolver a crise das urgências de obstetrícia, garantindo que todas as grávidas tenham acesso aos cuidados essenciais e apoio contínuo durante a gravidez e no momento do parto.
Reiteramos a nossa solidariedade para com todas as grávidas e suas famílias afetadas por esta situação e comprometemo-nos a continuar a lutar por soluções que garantam o acesso a cuidados de saúde dignos e de qualidade no nosso território.
