No ano em que comemoramos 50 anos sobre a Revolução de Abril – convictos de que muito se fez, mas também do muito que ainda falta fazer - é imperioso que façamos algumas reflexões, ainda que breves.
Hoje, como outrora, continuamos a sentir a necessidade de nos associarmos, de sermos parte integrante de um grupo, numa perspetiva de sobrevivência, social e cultural. Desde a mais remota antiguidade, que a força e a relevância dessa pertença, emergiu da necessidade de preservação de bens comuns, (uma igreja, uma capela, um jardim...) do apoio aos mais desfavorecidos, da partilha, não
apenas de dificuldades, mas também de momentos de convívio e lazer. O homem vivia (vive) em função do grupo, alicerçado nas relações de vizinhança e na ajuda recíproca, pese embora a alteração de alguns contextos sociais.
Deste mecanismo coletivo, acabariam por surgir as coletividades de cultura e recreio, força motriz de luta e resistência contra o fascismo, durante a ditadura de Salazar; deste enorme berço, nasceram as bandas filarmónicas, as bibliotecas, os desportistas, cujos palmarés tanto nos orgulham, as representações teatrais, valências e vivências que contribuíram decisivamente para a evolução e
crescimento dos seus atores, enquanto indivíduos e também como parte integrante da própria comunidade. Todas as iniciativas que continuamos a manter, de que são exemplo as marchas populares, os encontros desportivos, o teatro, os grupos corais, se espelham-se e revêem-se neste passado de luta, em que juntos fomos mais fortes. E continuamos a ser.
A própria evolução natural - a par de outros contextos sociais e culturais - trouxe novos caminhos, novas ideias, mas sempre numa perspetiva de saudável crescimento, envolvendo neste importante trabalho comunitário, crianças, jovens e seniores, dando continuidade a este princípio coletivo que nos une e transforma.
Norteados por este espírito, enquanto instituição de proximidade, temos realizado junto dos nossos fregueses, um trabalho de dinamização cultural, apoiando as iniciativas populares – marchas, intervenções musicais, feiras de artesanato, representações teatrais e outras. Têm sido igualmente objeto da nossa atenção e apoio, os atletas das mais diversas modalidades, a quem estamos gratos pelo magnífico desempenho, o qual só dignifica a nossa freguesia. Refira-se, a título de exemplo, as atletas de futsal, vice-campeãs mundiais universitárias, ou os resultados de âmbito nacional dos clubes e atletas da Freguesia nas modalidades de judo, natação e atletismo.
Terminamos por vos dizer que o nosso trabalho estaria incompleto se não houvesse uma preocupação com o bem-estar dos nossos residentes, que diariamente circulam pela Freguesia. Assim, não poderíamos deixar de mencionar a realização de várias intervenções de requalificação da calçada, que foram feitas em diversas artérias da Freguesia, bem como a recolha de 600 toneladas de monos, apenas no 1.º semestre do ano.
De modo simples, mas empenhado, continuamos Abril, em Liberdade, em Democracia, num trabalho desenvolvido em prole de todos, sem exceção, recetivos às vossas sugestões, para que possamos fazer mais e melhor.
Estamos juntos!
Que viva Abril!
Luís Filipe Almeida Palma
Presidente da Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó