Peça artística da autoria de António Júlio, este monumento, instalado no Parque Luís Sá, visa a um tempo assinalar os 15 anos da criação da Freguesia e a outro sublinhar o trabalho desenvolvido pela autarquia ao longo desse período de tempo.
Por via disso, o referido conjunto escultórico, apresenta-nos a cabeça de três figuras: Uma masculina, outra feminina e uma de criança, elementos essenciais ao desenvolvimento de uma sociedade que privilegie a harmonia em todas as suas vertentes, motivo que levou o autor a utilizar na sua conceção o metal natural e a pedra, materiais nobres que pretendem objetivamente conferir-lhe um simbolismo de solidez, firmeza e confiança, como o são os ideais de fraternidade e de liberdade.
Na transformação do mundo nunca a humanidade esteve tão ligada e nunca o homem ESTEVE TÃO SOZINHO.
Esbatem-se as fronteiras do tempo e do espaço, conquistam-se novas extensões rumo ao infinito e à Terra, irresistivelmente transfigurada, navegamos para a mudança no milénio, sem rota fixa nem ritmos estabelecidos.
Olhando a estrutura que surge, podemos antever indícios de novas transfigurações, em formas conhecidas que ancestralmente se repetem, sem que no entanto se preveja a sua exata configuração futura.
Assim, três figuras sugeridas por elementos identificadores imutáveis (cabeça masculina, feminina e de criança), pretende-se simbolizar a vida intima da unidade, cujas atividades são imaginadas por analogia com as atividades espirituais da alma humana, a harmonia que se deseja entre os homens e as sociedades.
Com o arco pretendemos simbolizar a tensão dinamizante de vontades desejadas pelos homens, quando conjugam as suas necessidades, de que a revolução de Abril é exemplar, e o poder autárquico procura perpetuar.
Os elementos verticais contribuem para acentuar o imperativo indispensável à conduta dum coletivo que se deseja unido em harmonia, determinação e firmeza.
Dos materiais utilizados, o metal, natural, como agente do princípio ativo que modifica a substância inerte e o grande reservatório da vida latente. Pintado a negro, no sentido de simbolizar o que reveste o ventre do mundo, onde, na grande escuridão geradora, opera o vermelho do fogo e do sangue, símbolo da força vital, prudência e sabedoria, concentração de todas as cores.
A pedra contribui para acentuar o simbolismo da solidez, firmeza e confiança, indispensável à concretização de ideais em fraterna liberdade.
Caberá ao Homem, em cada especificidade/especialidade, orientar e definir, sempre com a certeza de que apenas nada será o que é, como também nada é o que em tempos foi.